Saúde municipal nos primeiros quatro meses de 2022 foi tema de audiência na última segunda (30)

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Ocorreu na Câmara Municipal de Itatiba, na última segunda-feira (30), audiência pública sobre os resultados da saúde municipal durante o primeiro quadrimestre de 2022. Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Dr. Renan Dias Irabi, fez a demonstração e avaliação do cumprimento das metas do período. A reunião foi comandada pelo vereador Cornélio da Farmácia (PSDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social.

No quadrimestre foram arrecadados R$ 160.104.821,96, o que corresponde a 46,36% do valor estimado do orçamento. Isso se deve ao fato de as receitas estaduais estarem concentradas nesse período, principalmente aquelas originadas do IPVA.

Dúvidas dos vereadores e público

Washington Bortolossi (Cidadania) pediu esclarecimentos sobre o agendamento via sistema Cross. Além disso, solicitou mais informações sobre os novos contratos da UPA e Santa Casa.

“O sistema Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) foi criado para regular vagas de procedimentos de média e alta complexidade. Nesses casos, o município encaminha através do Cross, que libera vaga para o local mais próximo que tenha a especialidade”, respondeu Renan. “Houve chamamento para UPA, no valor de R$ 998 mil mensais, mas o valor final deve ser maior de acordo com o orçamento. O novo termo de referência da unidade inclui dispensação de medicamentos aos principais procedimentos e atendimento odontológico de emergência das 17h às 23h. Na Santa Casa, serão cerca de R$ 2,9 milhões por mês. Trouxemos modernidade na gestão do contrato, incluindo metas de qualidade”, afirmou Renan.

Luciana Bernardo (PDT) destacou o 1º Simpósio LGBTQIA+, ocorrido na última quinta-feira (26). “Há política para acolhimento desse grupo? Como está o atendimento das crianças após 12 anos no CAC – Centro de Atenção à Criança?”, indagou.

Crédito das fotos: Filipe Burti e Thais Araújo

Com relação à população LGBTQIA+, o secretário informou que a pasta tem desenvolvido desde o ano passado ações específicas, como endocrinologista dedicado ao atendimento no CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento; além de capacitação de servidores quanto ao uso do nome social de transexuais e travestis. Já em relação aos adolescentes, é oferecido atendimento especializado (hebiatria) no ambulatório central. “Talvez precisemos melhorar o direcionamento desses pacientes quando terminam o atendimento no CAC”, afirmou Irabi.

Juninho Parodi (Avante) relatou reclamações sobre acesso à UPA via transporte coletivo. O vereador também sugeriu parceria com a Secretaria de Educação para capacitação de profissionais para lidar com pessoas com transtorno do espectro autista.

Em resposta, Renan disse: “Estamos conversando desde o começo com a TCI para tentar melhorar. A grande queixa é o horário do começo da madrugada”, afirmou. Ele se comprometeu a conversar com a gestora da Educação, Sueli Tuon, para firmar parceria a fim de capacitar os profissionais da educação sobre o tema do autismo.

Galo Herculano (Cidadania) questionou: “Há estudos para criar CAPS Infantil? Como estão sendo agendados exames de sangue? Quanto foi gasto com medicação de alto custo encaminhada por demanda judicial?”  

“Temos necessidade do CAPS infantil e o Ministério da Saúde pode fornecer parte dos recursos. Estamos estruturando um projeto que contemple a quantidade de profissionais para esse serviço”, disse Renan. O titular da pasta da Saúde ressaltou, ainda, que a fila de exames de sangue praticamente foi sanada a partir de abril, quando foi implantado o procedimento de o paciente sair da unidade com guia autorizada e exame com data marcada, evitando deslocamentos. Já o gasto com remédios de alto custo (via judicial) foi de cerca de R$ 150 mil.

Igor Hungaro (PDT): “Por que tem tanto problema de falta de médico nas UBSs?”. O vereador também cobrou fiscalização com relação à demora exagerada na Santa Casa. Outra dúvida foi relativa à espera para realização de cirurgias pediátricas. Por fim, questionou a avaliação do secretário em relação à saúde do município. 

“Não tem nenhuma unidade de saúde sem médico. Alguns profissionais estão afastados por conta da Covid”, respondeu Renan. “Já notificamos a Santa Casa três vezes em relação ao pronto-socorro; a última foi no começo desse mês, mas não é passível de multa nesse caso. Além disso, temos ampliado oferta de médicos na UPA, nossa outra porta de urgência e emergência”, relatou. Renan informou também que as cirurgias pediátricas deveriam estar sendo feitas pelo estado, mas a Prefeitura está tentando fazer parceria com uma instituição para sanar essa demanda. “O sistema de saúde foi colocado à prova nos últimos dois anos e atendeu muito bem à população. Teve espera, mas foi um cenário que ocorreu em todo o mundo. Além disso, continuou com novos serviços como exames de Covid”, disse.

Hiroshi Bando (PSD): “Quantas cirurgias de catarata foram realizadas? Há outras agendadas?”

“O Instituto Suel Abujamra realizou mutirão de catarata, com cerca de 800 procedimentos. Estamos em fase de chamamento de empresa para serviços oftalmológicos, que resolverá a fila restante”, disse o secretário.

Crédito das fotos: Filipe Burti e Thais Araújo

Fernando Soares (PSDB) tratou da possibilidade de agendamento de consultas via WhatsApp, visando evitar faltas. O vereador também comentou sobre a construção de duas unidades avançadas de saúde.

“O WhatsApp está praticamente pronto para implementar. Vamos ver juridicamente se precisa de lei para isso”, disse Renan. Com relação às novas unidades, o secretário informou que haverá entrega de clínica da família no São Francisco, dedicada a atendimentos de baixa complexidade até as 22h; além da policlínica, que reunirá CAISMI, CAC e CISO, compreendendo várias áreas da rede de atenção e gerando economia com aluguel.

Entre o público presente, estava a advogada Janete da Silva Martins. Ela acompanha paciente oncológica cuja cirurgia foi cancelada três vezes, sem contato prévio. “A secretaria acompanha os pacientes que são atendidos fora do município? Nesses casos eles ficam sem saber a quem recorrer. É necessário mais acolhimento”, disse. Outra solicitação da munícipe foi de mais agentes comunitários de saúde, além de mais horários de ônibus até a UPA.

“O estado deveria ter procurado a paciente, mas ela também pode procurar a central de regulação da Prefeitura para que a gente tente ampará-la nesse sentido. O Ministério da Saúde reduziu de cinco agentes comunitários para um, que atende 3 mil pessoas. Temos problemas pontuais, mas pedimos que pacientes também mantenham atualizados seus cadastros”, disse Renan, que completou sobre os ônibus: “Estamos em tratativa com a TCI para aumentar horários, mas infelizmente não depende só da secretaria”.