Corpo clínico da Santa Casa esclarece sobre atendimentos

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Sessão Extraordinária reuniu direção clínica e técnica do hospital

Na noite de ontem (30), ocorreu a 29ª Sessão Extraordinária na Câmara Municipal, com o fim específico de ouvir a direção clínica e técnica da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba. A Sessão foi convocada após o recebimento de ofício assinado pelos diretores, Dr. Carlos Lemes e Dr. Paulo Queiroz. Eles se colocaram à disposição para esclarecer sobre o fechamento do pronto atendimento do SUS da Santa Casa, ocorrido no último dia 5.

Baixa, média e alta complexidade

Dr. Carlos explicou a diferença de atendimento da UPA e da Santa Casa. Segundo ele, o papel das UPAs é atender os casos de baixa complexidade, como febre e dor de garganta, por exemplo. A média (cirurgias, exames mais elaborados, internações), ou alta complexidade (cirurgias cardíacas, procedimentos ortopédicos e queimaduras), são encaminhados da UPA para a Santa Casa ou para o Hospital de Clínicas da Unicamp, no caso de algumas especialidades.

“8 mil pessoas, cerca de 10% da população, vai mensalmente ao pronto-socorro. Será que os postos de saúde poderiam atender essas pessoas? Não tem condições de a UPA e a Santa Casa realizarem o mesmo serviço. O custo é alto. Temos que desenvolver a UPA e os PSFs para que a Santa Casa foque nos casos de média e alta complexidade” afirmou Dr. Paulo.

Interrupção do pronto atendimento

O vereador Cornélio da Farmácia (PSDB) perguntou se os diretores foram consultados sobre a interrupção do pronto atendimento no último dia 5. Segundo ele, não havia médico para fazer a triagem dos pacientes.

Dr. Carlos respondeu que o provedor, Benedito Netto, não consultou os diretores sobre a paralisação. Porém, afirmou que havia um médico para fazer a triagem e que, apenas um dia, o provedor solicitou que esse médico fosse ajudar na UPA, pois o atendimento lá estava sobrecarregado.

Desmarcação de cirurgias

“Por que cirurgias foram desmarcadas de última hora? Foi por causa do atraso do repasse pela Prefeitura? O que motivou a vinda dos senhores hoje?”, indagou Willian Soares (Solidariedade).

Dr. Paulo: “A Santa Casa recebeu uma carta da Secretaria de Saúde falando que não haveria repasse para as cirurgias, por isso decidiu suspendê-las”. Dr. Carlos completou: “A gente pensou que poderia contribuir com os senhores vereadores e a população sobre a situação da saúde do município. A intenção nossa não é defender o provedor ou a prefeitura. Nossa preocupação é o paciente. O dinheiro disponível precisa ser melhor gerido”.

O vereador Sérgio Rodrigues (PPS) também perguntou sobre a normalização das cirurgias e a deficiência dos postos de saúde. “Se a gente diminuir o custo do pronto atendimento, esse dinheiro pode ser utilizado para as cirurgias eletivas. A provedoria deixou clara essa intenção. A gente tem que incrementar as unidades de saúde para que possam atender melhor”, disse Dr. Carlos.

UPA

Hiroshi Bando (PP) afirmou que existe o costume de a população procurar a Santa Casa. Em resposta, Dr. Carlos disse: “Todos nós temos que nos engajar para fazer com que a população entenda que a baixa complexidade deve ser atendida na UPA ou postinho”.

Sobre esse assunto, Sidney Ferreira (PSDB) afirmou: “Nós estamos diante de um problema técnico, financeiro e político. O prefeito Douglas é a favor de a Santa Casa continuar com o pronto atendimento, enquanto o hospital quer a diminuição”.

Leitos

Deborah Oliveira (PPS) perguntou se o corpo clínico tem voz ativa e voto na mesa provedora. Ela também questionou sobre como é feito o agendamento das cirurgias e a distribuição de leitos, relatando a falta deles para o pronto-socorro, enquanto havia disponíveis nos quartos.

Dr. Paulo respondeu: “O corpo clínico não tem voto perante a mesa provedora. A escolha das cirurgias é feita considerando aspectos técnicos; se não for caso de prioridade, o paciente é colocado numa lista. Existe uma logística dentro do hospital, em que o paciente deve ter um leito disponível depois que passa por cirurgia”.

Recursos

Respondendo a diversos vereadores sobre o repasse de recursos para a Santa Casa, Dr. Paulo afirmou: “Não posso responder todas perguntas, pois não temos os dados ou não cabe a nós responder”. Segundo ele, todos médicos da Santa Casa são contratados como Pessoa Jurídica. Além disso, dependendo da área, a remuneração é feita por plantão ou produtividade. Porém, não informou os valores recebidos.