Representantes da TCI respondem dúvidas de vereadores em Extraordinária

0
798

Ocorreu na tarde da última quarta (03) Sessão Extraordinária com a finalidade de ouvir esclarecimentos da empresa TCI (Transporte Coletivo de Itatiba) quanto ao transporte público do município. Compareceram Alfredo Ordine, representante da TCI, e Marcos Furlan, Gerente Operacional da empresa.

A reunião foi agendada após aprovação do requerimento 52/2021, de Ailton Fumachi (PL). Na justificativa, ele explica que os vereadores vêm solicitando a inclusão de horários e linhas, bem como relatando o excesso de passageiros em alguns itinerários. Por fim, aponta o cumprimento do novo contrato entre a TCI e a Prefeitura.

Em suas falas, Alfredo destacou que devido à Fase Vermelha decretada pelo governador João Dória (PSDB) a partir do próximo sábado (06), a empresa precisa alinhar com a Prefeitura como funcionará o sistema de transporte no período. Nesse cenário, no ano passado, o número de ônibus e horários foram reduzidos. Outra fala bastante enfatizada pelo representante foi a solicitação de que os vereadores e a população façam requerimentos detalhados com linhas, datas e horários à empresa, para que possam receber respostas precisas. 

Horários e linhas

Luciana Bernardo (PDT) questionou a respeito dos ônibus da zona rural, uma vez que a demanda é diferente. Ela exemplificou com a antecipação do último horário do bairro Caminhos do Sol, que causa aglomeração. “É um serviço público que tem que ser prestado para a população independentemente do custo”, afirmou.

Marcos respondeu que todas as solicitações que chegam à empresa são analisadas. “A gente tem sete representantes que verificam a ocupação na linha. O micro-ônibus também serve para isso: é colocado em caráter experimental para ver se a demanda realmente existe. Em caso positivo, ele passa a circular definitivamente”.

David Bueno (Solidariedade) perguntou sobre a redução de horários em bairros como Mombuca e Nova Esperança e a manutenção de pontos de ônibus.

Alfredo respondeu que as linhas em questão seguiam os horários escolares, e sofreram redução com a paralisação das aulas. Já em relação aos pontos de ônibus, lembrou que a implantação, troca ou reforma é feita pela Prefeitura, e que a TCI faz só a manutenção, como o serviço de limpeza.

Juninho Parodi (Avante) indagou se houve aumento do número de ônibus e se “existe uma regra para quando ocorre aumento de demanda”. Alfredo esclareceu: “Já alteramos alguns horários, com a inclusão de micro-ônibus, por exemplo. Principalmente no Distrito Industrial temos contato com as empresas, colocando ônibus de acordo com alterações no expediente”.  Também afirmou que está em conversa com a Prefeitura sobre a tarifa aplicada esse ano.

Galo Herculano (Cidadania) perguntou se “a bilheteria eletrônica da empresa pode calcular a demanda dos horários já que as câmeras nos ônibus poderiam contribuir para checar a ocupação”.

Alfredo respondeu que “só tem dados dos passageiros ingressantes nos ônibus”. Ele apontou os exemplos de outras empresas que adotam sensor para apurar quantos descem.  Sobre as câmeras, afirmou que “ajudam, mas nós preferimos verificar in loco”.

Ainda sobre esse assunto, o vereador Willian Soares (Solidariedade) questionou se a empresa é submetida à fiscalização da Vigilância Sanitária, com relação à aglomeração”. Em resposta, o representante da TCI afirmou que nunca foi notificado a esse respeito pelo órgão.

Contrato com Prefeitura

Em resposta a diversos vereadores, Alfredo informou que o contrato vigente com a Prefeitura foi elaborado no final de 2018. A TCI segue a planilha exigida pelo edital, que prevê reequilíbrio a cada três anos, sendo o próximo em janeiro de 2022. “A gente não modifica nada nessa planilha. Só insere dados, como gastos com combustível, número de passagens e quilômetros rodados. Nos outros anos, é aplicada a “cesta básica”, que inclui insumos como diesel, salários e o IPCA”, disse.

“Com a pandemia, a partir de 19 de março de 2020, houve um desequilíbrio. Porém, com a retomada recente de alguns serviços, a demanda voltou a aumentar”. Ele apontou que, comparando com o período anterior à pandemia, atualmente há uma demanda de 60% de passageiros, enquanto que a oferta de ônibus é de 80%.  

Júnior Cecon (DEM) entende que, diante do cenário da Covid-19, os ônibus devem ter a mesma ocupação do comércio, que é de 35%. Ele também questionou sobre a situação contratual diante do desequilíbrio financeiro apontado pela TCI.

“Entendemos que essa situação da pandemia vai passar, por isso não fizemos alteração contratual”, afirmou Ordine. 

Higienização dos ônibus

Washington Bortolossi (Cidadania) indagou sobre os procedimentos de higienização realizados nos ônibus.

“Nós aplicamos um produto para higienizar todos os veículos diariamente. Também há um colaborador que vai até o terminal higienizar os ônibus vazios. Além disso, disponibilizamos álcool gel em todos os veículos”, respondeu o representante da TCI.

Carlos Eduardo apontou a reclamação dos passageiros sobre a falta de abastecimento do álcool em gel nos ônibus, que é feito só de manhã e à noite, ficando em falta no horário de pico no final da tarde. “Agora entendo que a prioridade é a gente cuidar da saúde da população”, disse.

Subsídio e dívida

Washington ainda perguntou a que se refere a dívida anunciada pelo prefeito de R$ 2 milhões e como será a questão do reajuste da tarifa.

“É uma questão de o prefeito repassar para a população ou aumentar o subsídio. Hoje o subsídio diminuiu em função da queda na demanda. O prefeito está pagando referente a 2020 e início de 2021”, respondeu Alfredo.

Galo Herculano (Cidadania) questionou se o subsídio é pago de acordo com o número de passageiros e por que só agora essa dívida veio à tona.

Alfredo respondeu afirmativamente sobre o subsídio. “A dívida é o prefeito que tem que falar, a gente não ia externar esse tipo de coisa”.

Fernando Soares (PSDB) pediu esclarecimentos sobre possível aumento de linhas para circular ao final da pandemia. Solicitou, ainda, um “canal mais aberto” com a empresa.

Em resposta, Ordine afirmou que a intenção é aumentar e voltar à normalidade. Ele informou ainda que a empresa disponibiliza canal 24h, via Whatsapp; 0800; PAC (Programa de Atendimento ao Cliente – presencial); e-mail; e Facebook. “A gente atende muita gente, mas reclamações genéricas são difíceis de tratar”, enfatizou. Ele também pediu respeito dos usuários.

Considerações finais

“Estamos à disposição quantas vezes fossem necessárias para prestar o esclarecimento. Nosso objetivo é o diálogo e prestar serviços de maneira satisfatória”, finalizou Alfredo.