Secretário Renan Irabi apresenta resultados da saúde de janeiro a abril

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Ocorreu na Câmara Municipal de Itatiba, na última segunda-feira (31), audiência pública sobre os resultados da saúde municipal durante o primeiro quadrimestre de 2021. Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Dr. Renan Dias Irabi, fez a demonstração e avaliação do cumprimento das metas do período. A reunião foi comandada por Cornélio da Farmácia (PSDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social.

Considerando o quadrimestre como um todo, em um comparativo com o ano passado, os recursos aplicados em saúde, no 1º quadrimestre de 2020, foram R$ 23,1 milhões (19,5% do orçamento). Já em 2021, o montante foi de R$ 21,9 milhões (15,7%).

Participação dos munícipes

O público participou com perguntas nas páginas da Câmara.

“A auriculoterapia faz parte da política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS. Já estão sendo realizados e registrados os atendimentos? ​Com relação aos bairros que mais têm testado positivo para a Covid-19, estão considerando os casos em relação ao número de habitantes?”, questionou Udson Evangelista​. As servidoras da Secretaria de Saúde presentes na audiência afirmaram que “por ora, há a criação do comitê de auriculoterapia. A realização e registro dos atendimentos se darão no segundo semestre”. Renan complementou: “O SUS tem estimulado esse tipo de prática integrativa, que ajuda a tratar disfunções físicas e mentais. O número que a gente demonstra no boletim diário é absoluto de cada bairro, mas a gente sabe que os bairros mais populosos são os que mais têm casos”.

Portal da Cidade Itatiba: “Estamos novamente com 100% das vagas de leitos de UTI-Covid ocupadas na Santa Casa. Existe alguma iniciativa da Prefeitura em fazer parceria com o Hospital Itatiba para o aumento no número de vagas? Com a Santa Casa, existem conversas e negociações para o aumento de vagas e de pessoal e insumos para tratar estas pessoas?”. A resposta foi de que “Hoje o Hospital Itatiba não tem leitos de UTI e equipamentos necessários para tratamentos de pacientes com Covid, o que impossibilitaria parceria nesse sentido. Outros tipos de assistência, como a enfermaria, a Santa Casa executa”, afirmou Renan.

Diva Oliveira questionou a respeito das empresas de transporte coletivo. Também falou sobre a demora de 21 dias para marcar consulta no posto do CECAP. O secretário afirmou que a fiscalização em transportes públicos não é feita pela Secretaria de Saúde e que acredita que o prefeito teve conversas com empresas na tentativa de minimizar isso, mas não soube afirmar quem faz essa fiscalização. Além disso informou que o tempo médio de agendamento de consultas é de 30 dias nas unidades básicas. Os casos de urgência são acolhidos geralmente pelo enfermeiro, que os avalia.

Marquinho ‘Loco’: “O capacete Elmo, que funciona como um mecanismo de respiração artificial não invasivo, reduziu em 60% a necessidade de internações em UTI e intubações dos pacientes com coronavírus. Isso poderia desafogar o nosso sistema de saúde”.  Renan afirmou que a Santa Casa já tem esses capacetes, que são utilizados nos leitos controlados de UTI. 

Jurandir Teixeira, representante do Conselho Municipal de Saúde, perguntou quantos exames de ressonância foram realizados e quantos deixados de ser feitos pela antiga gestão. “A gente recebeu no início da gestão uma fila com aproximadamente mil pessoas aguardando esse exame. Nós fizemos até o fechamento desse quadrimestre cerca de 600 ressonâncias; no entanto, essa fila continua progredindo, porque sempre há solicitação. Hoje a gente tem aproximadamente 950 aguardando. Estamos tentando criar um programa para zerar essa fila e também destinar o paciente ao tratamento adequado”, respondeu Renan.

Vereadores

Luciana Bernardo (PDT): “O que seria esse monitoramento de casos de Covid na atenção básica?  Tem autocrítica da gestão no piora do cenário Covid? Dados apontam diferença de 12 mil entre as doses aplicadas. Por que pessoas não estão indo tomar a segunda dose?” Sobre o monitoramento, Renan respondeu: “O monitoramento se refere ao contato, principalmente pela vigilância epidemiológica, para verificar durante período de quarentena como eles estão. Já sobre a autocrítica, “Enquanto poder público, temos feito o que está ao nosso alcance para diminuir esses casos. Esse é um fator que não depende exclusivamente da Prefeitura. A gente vê falta de preocupação das pessoas, que deixam de usar máscara e frequentam locais com aglomeração, fatores que elevam o número de casos”. O gestor pediu para que as pessoas fiquem em casa, se possível, principalmente nos finais de semana. Por fim, afirmou que as pessoas têm ido se vacinar, mas ocorre o atraso da segunda dose. “A gente teve quantidade muito alta de vacinas aplicadas nos últimos dias da AstraZeneca, então essas pessoas serão imunizadas com a segunda dose, de acordo com o calendário, em agosto”, disse o titular da pasta.

Igor Hungaro (PDT) apontou 171 óbitos nesse ano devido à Covid – um aumento 389%. “Quais medidas efetivas a Secretaria tem feito? É muito cômodo afirmar que a culpa é da população”, disse o vereador. Outras questões foram relativas à execução de procedimentos que constam nos contratos com UPA e Santa Casa. Renan afirmou que “não dá pra fazer comparação tão clara alegando que teve aumento de mortes por conta do início da gestão. Houve aumento no país inteiro esse ano. Em nenhum momento a Secretaria falou que a culpa é do munícipe. Desde o início a gente tem falado que o controle da doença se faz por ambas as partes”. Já sobre os exames e procedimentos, informou que a classificação do tempo de espera é feita de acordo com o pedido médico.

Willian Soares (Solidariedade) perguntou: “O quanto está se investindo hoje no combate à Covid?” Renan respondeu que foram gastos só com leitos R$ 3,3 milhões, salientando que não têm chegado neste ano verbas relativas à Covid, com o município arcando com recursos próprios.    

Juninho Parodi (Avante) pediu maior conscientização nos bairros São Francisco e Nações, que reúnem maior número pessoas. “A vigilância sanitária poderia fiscalizar mais, ainda é pouco”, disse. Em resposta, o secretário lembrou que a fiscalização é feita, além da vigilância em saúde, em conjunto com os fiscais da Secretaria de Planejamento e com auxílio da Guarda Municipal. Sobre o trabalho nos bairros, afirmou que “podem ser estudadas outras maneiras, mas que a fiscalização já tem sido feita, inclusive paralelamente com outras doenças”.

Washington Bortolossi (Cidadania) indagou: “Qual o andamento do convênio para aquisição de vacinas com recursos do município?  Embora as receitas estejam maiores, com cerca de R$ 20 milhões a mais, o investimento está bem parecido a 2020, mesmo sabendo que muito tem sido aplicado nos leitos de Covid. Ainda sobre o assunto, perguntou sobre disponibilidades de testes para a doença. Washington também falou sobre ampliação do serviço de hemodiálise no município e soluções para falta de médicos nos postos de saúde. O secretario respondeu que a Prefeitura teve reunião há três semanas sobre o convênio das vacinas, na qual estavam sendo discutidos valores com diversas empresas que fornecem o imunizante, mas que está parado. Sobre aplicação, “Houve gasto maior na saúde. Os recursos para Covid em 2020 foram de R$ 14,4 milhões e a despesa de R$ 12,4 milhões – desses, R$ 6,6 milhões foram para pagamento de leitos de UTI. Em 2021 a gente teve de recurso para Covid R$ 2,5 milhões e pagou R$ 4,7 milhões em leitos, sendo a maior parte com recurso próprio.” Renan também afirmou que a Secretaria dobrou o número de exames RT-PCR desde o início da gestão. “Além disso, os testes rápidos acabaram nos últimos dias; haverá pregão dia 7 de junho para compra emergencial. A questão da hemodiálise temos discutido com a Santa Casa como resolver para trazer quatro pacientes que estão fora do município, adquirindo equipamentos ou com terceiro turno de atendimento”. Sobre a falta de médicos, afirmou que “o problema costuma ocorrer no começo do ano, quando os profissionais se afastam, seja por questões salariais, residência médica ou aprovações em outros concursos com salários maiores”. Renan espera resolver a questão salarial na próxima renovação contratual.

Carlos Eduardo Franco (Cidadania): “A gente não pode ficar no São Francisco com espera de mais de 30 dias de consulta”, queixou-se. Também perguntou quantos exames de ultrassom são feitos por mês, além da espera para outros como de ressonância, já que a população depende desse tipo de exame para conseguir aposentadoria. Renan respondeu que a demora no bairro se deve à falta de um médico, que inclusive pediu demissão para ir para outro município com salário maior. Por fim, respondeu que são realizados 1400 ultrassom por mês.