A reunião aconteceu na tarde da última segunda-feira (24)
Os resultados do 3º quadrimestre de 2024 da saúde do município foram apresentados em audiência pública realizada na última segunda-feira (24), na Câmara Municipal de Itatiba. A demonstração dos dados foi feita pelo secretário adjunto da pasta, Dr. Lucas Zeponi Dal’Acqua.
A reunião foi conduzida pelo vereador Cornélio da Farmácia (PL), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social da Câmara, e contou com a presença dos vereadores David Bueno (Solidariedade); José Roberto Feitosa (MDB); Fernando Soares (PSD); Willian Soares (Republicanos); Baessa da Van (Solidariedade); Vinícius Costa (PT); Igor Hungaro (PDT); Juninho Parodi (PL); Luciana Bernardo (PDT); Cadu (PRD) e Galo Herculano (PSDB). Também estiveram presentes representantes do Conselho Municipal de Saúde.




Fotos: Comunicação/CMI
Panorama da saúde entre setembro e dezembro
Até o período analisado, a verba total destinada à área da saúde no município foi de R$177.579.567,83, o que representa um aumento de 13,46% em relação ao ano de 2023. Deste montante, R$125.196.765,32 fazem parte da receita arrecadada com impostos e R$52.382.802,51 foram provenientes de repasses da União e do Estado. As despesas do setor totalizaram R$185.917.131,37.
Entre os meses de setembro e dezembro, no âmbito da atenção básica, foram realizadas 76.251 consultas médicas e 8.213 atendimentos com equipe multiprofissional (fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros).




Fotos: Comunicação/CMI
Já no âmbito da atenção especializada, o Ambulatório Central de Especialidades (ACE) registrou um total de 14.252 consultas. O Centro de Fisioterapia e Reabilitação representou o segundo maior número de atendimentos, somando 9.708.
Com relação aos atendimentos de urgência e emergência, o período analisado teve uma média diária de 432 casos, totalizando 51.808 durante os quatro meses. A Unidade de Pronto Atendimento 24 horas foi responsável pela maior parte dos atendimentos (31.896), seguida pela Santa Casa, com 17.840. O Serviço de Resgate Municipal ficou em terceiro lugar, registrando 1.658 ocorrências.




Fotos: Comunicação/CMI
Esclarecimentos
Após a apresentação dos resultados, o secretário adjunto respondeu aos questionamentos dos parlamentares. A vereadora Luciana Bernardo (PDT) levantou algumas questões sobre a demora para atendimento da demanda de cirurgias ginecológicas, principalmente as de endometriose.
Em resposta, Dr. Lucas Zeponi ressaltou a qualidade do serviço prestado no município. “Temos uma média de 24 cirurgias eletivas realizadas por mês na Santa Casa, fora as urgências. Estes procedimentos não têm uma espera muito grande. Em média, o tempo é de dois a três meses. Além disso, temos o Centro Oncológico na Santa Casa, que realiza por volta de 15 cirurgias por mês”, explicou o secretário, que continuou: “Nosso maior problema é com relação às cirurgias que não são realizadas no município, como as de endometriose. A endometriose é uma doença complexa, que necessita de um tratamento específico, muitas vezes com acompanhamento pós-cirúrgico. É uma estrutura que não temos, hoje, na cidade. Então, estes casos precisam ser encaminhados para a Unicamp, que é o único local na região com um serviço voltado para o tratamento da doença. Isso acaba gerando uma fila muito grande”, esclareceu. Dr. Lucas pontuou, ainda, as dificuldades para a implementação de um serviço semelhante no município, devido à complexidade da estrutura necessária.
O presidente da Câmara, David Bueno (Solidariedade) questionou a respeito da apuração dos fatos que levaram ao óbito de uma munícipe na Santa Casa e sobre a superlotação do pronto-socorro.




Fotos: Comunicação/CMI
Com relação à ocorrência do óbito, segundo o Dr. Lucas Zeponi, a Secretaria de Saúde emitiu um ofício solicitando à Santa Casa o início imediato das investigações do ocorrido. “Todos os setores do hospital devem estar envolvidos na apuração dos fatos, então é um processo longo. Haverá uma sindicância e, obrigatoriamente, colocaremos a Câmara a par de todo o andamento. Mas, antes, precisamos aguardar as apurações da Santa Casa; do CRM (Conselho Regional de Medicina) e, também, da polícia”, explicou o secretário adjunto.
Sobre a questão da superlotação, Dr. Lucas afirmou que a Secretaria de Saúde está buscando soluções, como a construção de um pronto-socorro municipal. “Já está em estudo desde o ano passado, já temos o projeto”, declarou. “A ideia é que o pronto-socorro municipal atenda casos mais complexos do que os que são atendidos nas Unidades Avançadas. Com isso, poderemos diminuir o atendimento de porta na Santa Casa”, detalhou o secretário.
O vereador Vinícius Costa (PT) também levantou questionamentos referentes aos dados apresentados na audiência, entre eles, a queda da cobertura vacinal em relação ao ano de 2023. O parlamentar também indagou sobre a previsão para a implementação de um Centro de Atenção Psicossocial voltado ao atendimento de crianças e adolescentes (CAPSi) no município.
A respeito da cobertura vacinal, Dr. Lucas salientou que a queda observada no município reflete uma realidade nacional e que a Secretaria de Saúde tem tomado providências para reverter a situação. “A cobertura vacinal está caindo, mas não é por falta de vacina ou por falta de empenho do município. Inclusive, já iniciamos uma busca ativa nas casas para entender por que as pessoas não estão vacinando”, explicou.
Quanto ao CAPSi, o secretário afirmou que já existem estudos para a implantação na cidade. “Até pouco tempo atrás, nossa demanda não era suficiente, mas, hoje, acredito que já cabe um CAPSi em Itatiba. Assim que tivermos o aval do Ministério da Saúde, vamos implementar”, declarou.
Também com relação aos serviços de atenção psicossocial, o vereador Willian Soares (Republicanos) questionou sobre a falta de profissionais, como terapeutas ocupacionais, no CAPS AD (unidade voltada ao tratamento de pacientes com transtornos decorrentes do uso de álcool e drogas). Em resposta ao parlamentar, o secretário adjunto atribuiu o fato à escassez de mão-de-obra. “O mercado está difícil. Já tentamos contratar, mas não apareceu ninguém. A ideia é que, com um concurso público, possamos solucionar essa situação”, comentou.
O vereador Baessa da Van (Solidariedade) abordou questões relacionadas ao Serviço de Resgate Municipal (192), citando casos de demora e, até mesmo, falta de atendimento. Sobre os pontos levantados, o representante da Secretaria de Saúde afirmou que a demora no atendimento pode ocorrer quando não há ambulâncias disponíveis. “Temos duas ambulâncias e pode acontecer de, quando um munícipe ligar, as duas estarem em ocorrência. Mas o tempo de resposta dessas ocorrências é fiscalizado. Com base nessa fiscalização, conseguimos saber se a quantidade de veículos é suficiente ou se vamos precisar ampliar o serviço”, analisou Dr. Lucas.




Fotos: Comunicação/CMI
O vereador Cadu solicitou esclarecimentos a respeito do aumento do repasse de recursos municipais para a Fundação ABC, que passou de R$5,8 milhões, em 2023, para R$10,1 milhões em 2024. Em resposta, o secretário explicou que o acréscimo é decorrente de diversos fatores, incluindo despesas com manutenção, o dissídio dos funcionários e as novas Unidades Avançadas de Saúde.
Sobre o Centro de Referência do Autismo de Itatiba (CAI), o vereador Igor Hungaro (PDT) questionou se a Prefeitura tem planos de ampliar o serviço. De acordo com Dr. Lucas, a ampliação depende de um estudo orçamentário. “Nós acompanhamos os índices mensalmente e, se precisar, vamos ampliar, sim. O CAI é novo, ainda tem muito para crescer”, declarou.
O secretário adjunto falou, também, sobre a construção de uma nova Unidade Avançada de Saúde, abordada pelo vereador Fernando Soares (PSD). “Este é um projeto que vem do Governo Federal. A ideia é que o prédio abrigue duas unidades, ampliando o acesso da população à atenção primária. A nova unidade vai incluir, também, atendimento odontológico e odontopediátrico”, destacou Lucas Zeponi.
Por fim, o vereador Galo Herculano (PSDB) abordou a demanda por mais fonoaudiólogos no município. Segundo o secretário, a disputa por estes profissionais no mercado dificulta as contratações. “Atualmente, os fonoaudiólogos são profissionais extremamente disputados por instituições de todos os setores. Esperamos que a realização de um concurso público seja um atrativo que ajude a suprir essa demanda”, finalizou o secretário adjunto de saúde, Dr. Lucas Zeponi.




Fotos: Comunicação/CMI
A audiência foi transmitida pelo canal da Câmara Municipal no YouTube. Para assistir à transmissão completa e ter acesso a todos os assuntos discutidos, basta acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=fIEoz6r7KGs.