Vacinação da Covid-19 no município é tema de Extraordinária

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Secretários de Saúde, Dr. Renan Irabi e Dr. Lucas Dal’Acqua, responderam dúvidas de vereadores e público

Na tarde de quarta-feira (14), a Câmara Municipal de Itatiba realizou sua 16ª Sessão Extraordinária. Em atendimento ao requerimento 116/2021, foi convocado o Secretário de Saúde, Dr. Renan Irabi, para prestar esclarecimentos sobre o andamento da vacinação da Covid-19 no município. Além do gestor da pasta, compareceu ainda o Secretário Adjunto de Saúde, Lucas Dal’Acqua. Foram respondidas dúvidas de vereadores e também do público, que enviou perguntas pelo e-mail da imprensa.

Em sua fala inicial, Dr. Renan detalhou mudanças feitas na área no início da gestão. “Quando assumimos em janeiro deste ano, percebemos que a população não tinha tanto acesso à informação sobre a Covid-19. Por isso criamos o TeleCovid, que atende cerca de 200 pessoas por dia oferecendo informações e sanando dúvidas. Dobramos a quantidade de testes e aumentamos o número de leitos de UTI junto à Santa Casa. Estamos trabalhando na elaboração de um plano de imunização do município, que depende da quantidade de doses enviadas pelo Estado. Criamos protocolos a serem seguidos pelos profissionais de saúde, por meio de treinamentos. Além disso, estamos oferecendo condições adequadas para proteger a sala dos imunizantes, com gerador, ronda e segurança”.

O Secretário também destacou a campanha de vacinação feita até agora e apontou uma preocupação. “Temos, no município, cerca de 13 mil imunizados com a primeira dose; e 5.300 com a segunda dose. A campanha está sendo muito bem-sucedida. Temos sido ágeis em todo o processo. No entanto, nos preocupa certa parcela das pessoas que não compareceu para receber a segunda dose”, comentou Renan.

Sobre o vídeo que circulou nas redes de uma profissional da Prefeitura em um dia de vacinação, Dr. Renan repercutiu: “Há duas semanas, tivemos um episódio lamentável, em que uma auxiliar de enfermagem aparece no vídeo não aplicando a dose da vacina. Após o ocorrido, chamamos a funcionária, acionamos a delegacia de polícia, abrimos uma sindicância e afastamos esta servidora. Fizemos questão de nos pronunciar rapidamente sobre o ocorrido para dar esclarecimentos à população”, afirmou.

O Secretário Adjunto de Saúde, Dr. Lucas Dal’Acqua, também fez suas considerações iniciais comentando sobre a taxa de ocupação das UTIs. “Já chegamos a 100% de ocupação. Hoje estamos com 72% – reflexo de medidas restritivas adotadas anteriormente e também da vacinação. Itatiba está vivendo agora uma queda na curva de contaminação e internação. Mas isso só se mantém com a vacinação. A grande vantagem das vacinas é impedir que a pessoa desenvolva a forma grave da doença”, destacou.

Sobre a nova variante do coronavírus, Dr. Lucas ressaltou: “A variante P1 é mais contagiosa e mais agressiva. Isso reforça a necessidade do uso correto da máscara, assim como o distanciamento social e a higienização constante das mãos (com água e sabão ou álcool em gel). Tais medidas valem também para os já vacinados. Enquanto não houver 70 a 80% de cobertura vacinal, é preciso seguir essas regras”.

Perguntas dos vereadores

O vereador Juninho Parodi (Avante) questionou os convocados sobre as pessoas que agendaram e não comparecem à vacinação e o que é feito com as sobras de vacina. O Secretário Renan respondeu que houve sobras de vacinas em alguns vacinaços. “Convocamos os profissionais de saúde, em lista de espera, para receber essas doses, que poderiam ser perdidas. Temos orientado às pessoas que deixaram de tomar, que entrem em contato pelo TeleCovid, para que possamos pedir essas doses extras ao Estado”.

Washington Bortolossi (Cidadania) perguntou se a campanha de vacinação tem surtido efeitos diretos no número de contágios no município; se há controle sobre as pessoas de fora que vêm tomar a vacina aqui na cidade; se é possível incluir na programação preferencial os assistentes sociais e conselheiros tutelares; como é feita a triagem dos casos leves; e como resolver a demora dos resultados dos testes. Em resposta, Dr. Renan afirmou que “houve queda na média de idade dos pacientes internados, que hoje está por volta dos 55 anos. No primeiro vacinaço de segunda dose, houve 300 ausentes. Estamos entrando em contato com eles para a vacinação. Sobre pessoas de fora, exigimos comprovante de residência no nome de quem vai vacinar ou do responsável. E isso é checado sempre. É o Ministério da Saúde quem determina os profissionais que vão ser vacinados preferencialmente e não há, nessa lista, conselheiros e assistentes. Sobre a demora nos resultados dos testes, a amostra de PCR, exame mais realizado aqui, é enviada para São Paulo, para o Instituto Adolf Lutz. O Instituto está alegando que a demanda do Estado aumentou e por isso a demora. A partir do momento em que o paciente faz o teste ou apresenta sintomas, ele recebe um termo de isolamento. A Vigilância Epidemiológica liga diariamente monitorando este paciente”. Para complementar o questionamento sobre os pacientes com casos leves, Dr. Lucas explicou: “a ciência tem nos mostrado que 85% dos pacientes com Covid-19 só apresentam sintomas leves da doença. Nestes casos, usa-se medicamentos para dor de garganta, febre e gripe. Como a Covid-19 é uma doença viral, como a dengue, o critério para caso leve é o tratamento domiciliar. Isso não tira a necessidade da vigilância de todos os pacientes, que é feita pela Secretaria”, disse o Secretário Adjunto.

A vereadora do PDT, Luciana Bernardo, quis saber por que a Secretaria optou pela vacinação centralizada; e perguntou sobre kit intubação. Para sanar estas dúvidas, Dr. Renan respondeu que a opção pela centralização das doses é “para manter a segurança das vacinas. Enquanto houver prioridade, a centralização é a melhor opção”. Já Dr. Lucas explicou sobre o kit: “A Prefeitura e a Santa Casa solicitam frequentemente os itens desse kit intubação, mas estamos recebendo muito pouco. Felizmente, o medicamento em falta hoje aqui pode ser substituído por outro que temos no hospital. Estamos em cima das autoridades competentes para conseguir esses medicamentos. Em nenhum momento, estivemos perto de um colapso de oxigênio, e isso nos deixa em uma situação melhor se comparada a outros municípios”, afirmou.

Igor Hungaro (PDT) indagou sobre a possiblidade de mapear as pessoas que foram vacinadas pela enfermeira daquele caso; pediu explicações sobre a colocação de Itatiba no ranking da vacinação dos municípios do Estado; e questionou sobre o motivo de alguns pacientes da cidade estarem internados em outros municípios. Em resposta, Dr. Renan disse que “Itatiba recebeu 21 mil doses, o que só permite a vacinação de 13% da população, por isso o ranking do município no vacinômetro no estado. O cálculo da vacina que chega no município é baseado na quantidade da nossa população idosa. Não há como mapear as pessoas vacinadas pela enfermeira em questão. Mas só observamos uma seringa cheia no dia daquele episódio”. Para complementar, Dr. Lucas ressaltou que Itatiba está abaixo da média nacional e também abaixo das cidades da região, como Campinas e Jundiaí. Sobre pacientes em tratamento fora da cidade, explicou que “é por opção própria de cada enfermo. Estamos com leitos vagos na UTI e Enfermaria hoje”.

O vereador Cornélio da Farmácia (PL) quis saber se Itatiba está adotando padronização de seringas para evitar desperdício. O gestor da saúde afirmou que o município usa as seringas que são enviadas pelo Estado, que é a de 3ml, “e não estamos tendo nenhuma perda na aplicação das doses”. Carlos Eduardo Franco (Cidadania) perguntou sobre a possibilidade de compra de testes rápidos com resultados que não demorem tanto. Sobre isso, Dr. Renan ressaltou que “não é possível pelo alto custo desses tipos de testes”. Já Fernando Soares (PSDB) questionou sobre como a Secretaria de Saúde tem trabalhado com o psicológico dos profissionais em tempos de pandemia. Dr. Lucas, em resposta, afirmou que a pasta tem procurado estar atenta a estas questões, dando todo o suporte ao servidor da saúde, de modo a manter a boa vibração entre esses profissionais.

O vereador Júnior Cecon (DEM) interrogou sobre como está sendo feito o acompanhamento dos pacientes que já tiveram Covid-19; como estão os gastos com a pandemia; e se há casos de reinfecção e óbitos por reinfecção na cidade. Para explicar ao edil, Dr. Renan comentou que está nos planos da pasta a abertura de um Centro de Reabilitação Pós-Covid, ligado ao setor de fisioterapia. “Mais para frente, daremos detalhes”. Em relação aos recursos recebidos, disse: “estamos recebendo poucos recursos para a Covid-19 – a maior parte é recurso próprio do município (dos 5 milhões gastos, 1 milhão vem do governo federal; 145 mil do Estado; e o restante é do município). Já Dr. Lucas esclareceu sobre reinfecção. “A pessoa está imunizada 14 dias após a 2ª dose. Não tivemos nenhum caso de reinfecção em Itatiba”.

Sérgio Rodrigues (PSDB) questionou os Secretários sobre o calendário de vacinação no município. Dr. Renan adiantou as próximas datas: “Dia 21 de abril, serão vacinados os cidadãos de 66 e 65 anos; no dia 29 de abril, 64 e 63 anos; e no dia 06 de maio, 62, 61 e 60 anos”.

O vereador Galo Herculano (Cidadania) quis saber sobre o tratamento mais indicado para a pessoa que se contamina com a Covid-19 e se há previsão de vacina para toda a população. “Hoje, o tratamento para a fase leve da doença é ingestão de líquidos, dipirona ou paracetamol (para a febre) e repouso em casa. Não há previsão da vacinação de toda a população porque dependemos do Estado. O que especialistas dizem é que até o fim deste ano ou início do ano que vem 70% a 80% da população estará vacinada”, respondeu Dr. Renan.

Hiroshi Bando (PSD) perguntou sobrea verba recebida do governo federal para o combate à Covid-19; e como tem funcionado o agendamento para vacinação. Em resposta, Dr. Renan disse que há um cadastro que já foi feito anteriormente com os idosos. “Posteriormente, faremos divulgação do cadastro no site Vacina Já, do Estado”. Sobre a verba do governo, afirma que a cidade recebeu, até o momento, R$1.409.000,00.  

A vereadora Leila Bedani (PSDB) quis sabercomo está sendo feito o atendimento nos postos de saúde em relação à pandemia. O Secretário de Saúde respondeu que o atendimento tem acontecido normalmente em todas as unidades, inclusive relatou um aumento de 6% no número de consultas e procedimentos nos últimos meses. Em complementação, Dr. Lucas pontuou: “Nossas 22 unidades de saúde estão exercendo um papel importante no sentido de prestar informação ao cidadão sobre os trâmites da vacinação da Covid-19”, disse.

Por fim, Dr. Ulisses (PSD) solicitou informações sobre o que foi ampliado pela nova Administração para o enfrentamento da Covid-19 em relação ao quadro de funcionários e atendimentos. Questionou, ainda, como está a recuperação dos pacientes internados neste momento. Dr. Renan esclareceu que não houve aumento de funcionários desde o início do ano. “Estamos remanejando funcionários de outras secretarias para nos ajudar no combate à pandemia”. Dr. Lucas complementou falando da Santa Casa: “Este ano, a instituição contratou uma equipe de UTI inteira a mais para suprir a demanda. A recuperação dos pacientes está muito positiva. A porcentagem de mortes em pacientes intubados está em torno de 50 a 60%, o que é melhor do que a média nacional”.

Perguntas dos cidadãos

Conforme divulgação prévia, os cidadãos puderam enviar perguntas aos Secretários pelo e-mail do Departamento de Comunicação. O estudante Carlos Eduardo questionou o número de pessoas que não compareceram à vacinação da primeira dose; e se há possibilidade de os postos de saúde aplicarem a vacina daqui para a frente. Respondendo ao estudante, Dr. Renan disse que há 152 pessoas na fila de espera para tomar a primeira dose. “Posteriormente, a vacinação da Covid-19 será diluída, sim, nos postos de saúde dos bairros”, afirmou o gestor.

Daniele Raquel Santos quis saber qual a porcentagem de doses destinadas ao município de Itatiba; além de questionar sobre o que foi exigido dos profissionais de saúde para conseguirem a vacina. O Secretário Irabi esclareceu que “a quantidade de vacinas vem de acordo com o censo populacional do município; e que foi exigida carteira de conselho regional do profissional de saúde para tomar a dose”.

Considerações finais

Ao final da Sessão Extraordinária, o presidente Ailton Fumachi (PL) concedeu um tempo para que os convocados fizessem suas falas finais. Dr. Renan fez um apelo à população e alertou os mais jovens. “Peço a todos que se previnam com máscara; higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel; e, sobretudo, que façam o distanciamento social. A doença é cíclica e a gente precisa disso para que não voltemos a ter novos picos de contaminação. A doença existe para todos. Temos visto com maior frequência o acometimento da doença em jovens”, pontuou.

Já Dal’Acqua salientou o trabalho realizado pela Secretaria de Saúde no enfrentamento da pandemia. “Estamos seguindo à risca tudo aquilo que os órgãos de saúde recomendam. Seguindo com seriedade a ciência, para poder beneficiar o paciente”, finalizou o Secretário Adjunto.